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Inferno em Alto Mar! - Desventuras do Trabalho a Bordo de Navios de Cruzeiro

  • Foto do escritor: Labor Movens
    Labor Movens
  • 16 de jun.
  • 4 min de leitura

Igor Sanches


O livro-reportagem traz em detalhes as experiências e vivências do autor nos bastidores do trabalho a bordo de navios de cruzeiro. Os relatos cobrem principalmente os departamentos da governança (limpeza), e bar! Narrando os desafios da escala de trabalho 7x0 para conquistar o suado e sofrido salário em dólar que é glamourizado pelos anúncios de redes sociais, tanto das agências recrutadoras quanto de picaretas vendendo curso sobre como trabalhar a bordo “Viaje o Mundo e ganhe em Dólar!”, sendo que há muito conteúdo gratuito a respeito, eles esquecem de completar com o “…e gaste em Euro!”. Neste texto vou descrever como organizei a estrutura narrativa do livro sobre minha breve biografia pessoal e profissional voltada para os anos como tripulante de navios de cruzeiro, em 3 cargos e 2 departamentos diferentes.



Capa e Contra-capa:

O título Inferno em Alto Mar, juntamente com a capa retratando um clima de tensão absurda no ápice narrativo do livro que se desenrola no capítulo 7. @Erick.arti fez um trabalho excelente ao traduzir a minha ideia em arte. Amei como ele usou as cores para ampliar o clima hostil entre os personagens. À esquerda do convés temos Raymond, Igor, Vusumusi e Quintance. Na direita temos Manuel e Geraldo, os principais antagonistas do capítulo 7. Geraldo por fora e gigantizado para representar o poder hierárquico e fazer um trocadilho com a palavra “chefe”. O formato da capa foi baseado no esquema de luta de jogos de RPG japonês (jogos de estratégia com personagens emblemáticos e histórias complexas com reviravoltas intrigantes). O subtítulo “Desventuras do Trabalho a Bordo de Navios de Cruzeiro”, passa com mais clareza o assunto a ser tratado no livro. Optei por deixar a autoria em formato de “nametag” o crachá, mais especificamente nas cores do crachá da MSC que constam nome, cargo ou departamento e nacionalidade.

 

Em contraste com a Capa, a contracapa traz um clima mais ameno, de alívio e algo um pouco mais acolhedor, também acompanhando a história, pois o autor trabalhava à noite no bar da popa do navio na companhia de um time excelente, incluindo Gede que aparece com uma garrafa de Captain Morgan (o rum jamaicano é o destilado favorito do autor) numa mão, e dois copos na outra. Tays também se faz presente com seu uniforme da governança. Ela foi acolhedora e amiga do início ao fim da breve estadia do autor no MSC Orchestra. A capa e a contra-capa se interligam com o navio percorrendo ambas e conseguem representar contextos diferentes ao mesmo tempo em que ilustram paisagens de tirar o fôlego que o navio proporciona.


A introdução:

Foi concebida de um fluxo de pensamentos irrefreável e intenso quando estava a bordo. Como a estrutura dos demais capítulos foi bem descritiva, graças ao fato de o autor estava sob efeito de reguladores de humor devido aos acontecimentos do capítulo 7. Toda a emoção e revoltas antes represadas irromperam na introdução de maneira caótica como o jogar de tinta numa tela


Capítulos 1 e 2:

Abordam a estrutura hierárquica geral e do departamento do bar a bordo, ambos contextualizam o contrato do Orchestra, no qual teve uma série de acontecimentos que engatilharam o livro e estão presentes como ápice narrativo no capítulo 7. Retratam o momento em que o autor estava escrevendo o livro.

 

Capítulo 3:

Com uma estrutura completamente distinta, o 3o capítulo convida o leitor a viajar para o passado do autor relatando todas as novidades do primeiro contrato, e o contato primário com esse universo completamente diferente que é a vida a bordo, os choques de realidade. Os assédios morais banalizados, supervisor pilantra que sobrecarrega de propósito o funcionário novo que não sabe que está sobrecarregado. Cobre o processo seletivo, pesquisa primária sobre trabalho em navio de cruzeiros, rotação de tripulantes, embarque e desembarque de hóspedes e a dinâmica básica de um navio de cruzeiros de um ponto de vista mais pueril.

 

Capítulo 4:

Aborda mudança de departamento e companhia, narra as diferenças mais gritantes relacionadas a vida social, trabalho e salário. Enfatiza as barreiras bizarras para quem tenta mudar de departamento dentro da mesma empresa, e quão é mais fácil trocar de empresa para mudar de departamento. Este capítulo também narra o primeiro contato com um gerente completamente autoritário e déspota.

 

Capítulo 5:

O autor conta em detalhes como conseguiu ser promovido, os doces e as dores de trabalhar em um navio velho para onde nenhum tripulante queria ir e uma gerência mais branda e sem hipocrisias. Pouco antes da pandemia, foi um ambiente propício para crescer como profissional e fazer boas amizades.

 

Capítulo 6:

Conta como é trabalhar em cruzeiros temáticos de shows e como foi a relação com a pandemia quando abrandou, e em seguida como tudo foi interrompido novamente com a sepa do ômicron e as calamidades por chuva na Bahia.

 

Capítulo 7:

O ápice narrativo traz uma série de conflitos quando um bartender filipino racista começa uma série de ataques contra os colegas de trabalho do bar vindos de países da África, para tornar tudo mais difícil o gerente que embarca logo em seguida é seu amigo pessoal. A quem recorrer? Como proceder quando se faz uma denúncia direta pra empresa e a resposta é “se ele negar as acusações as investigações param e fica por isso mesmo!”. Este capítulo praticamente encerra o enredo e contexto que começava a se desenhar nos capítulos 1 e 2. E vai em detalhes precisos e documentais sobre todos os conflitos externados na capa.

 

Capítulo 8:

A famosa cereja do bolo, funciona como um bônus abrandando o contexto extremamente tóxico e insalubre que se vive em companhias italianas para um menos pior a bordo de uma empresa estadunidense. Clientes menos insuportáveis e onde há uma qualidade de vida minimamente humana e razoável, um salário decente, comida mais tragável. Mas, também ainda é um ambiente cheio de controle e de regras que não fazem sentido.


Extras:

Apesar da linguagem coloquial e sarcástica, como livro reportagem, Inferno em Alto Mar traz documentos, fotos, e duas entrevistas com pontos de vista similares e também totalmente distintos do autor, com sonhos, dores e anseios. Julio protagonizou diretamente de sua gerente um ataque racista, e como não baixou a cabeça diante dos absurdos que vivenciou. Gilcélia narra os anseios e a coragem de uma jovem mãe que em busca de melhores condições financeiras sacrifica o tempo de convívio na pré-adolescência com o filho.


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