
Labor Movens
13 de out. de 2025
Nota de apoio à Palestina
Entre os dias 01 e 04 de outubro de 2025, realizamos a 5ª edição do nosso Seminário Perspectivas Críticas Sobre o Trabalho no Turismo, ocorrida no Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (CET/UnB). O tema do seminário deste ano foi “Dignidade do Trabalho no Turismo: novas fronteiras de luta”, com mesas temáticas de discussão sobre trabalho digno e os desafios cada vez maiores postos à classe trabalhadora do turismo. No entanto, um assunto que permeou e se mostrou urgente, em contexto amplo, foi o corrente genocídio perpetrado contra o povo palestino na Faixa de Gaza pelo Estado de Israel. Um evento como o nosso não pode se furtar de apontar a questão palestina como a mais urgente de nosso tempo.
É imperativo que nos coloquemos ao lado dos palestinos na luta contra o racismo, o colonialismo e o imperialismo expressos pelo Estado de Israel com apoio principal dos Estados Unidos da América (EUA) e de outras nações ex-colonialistas, como Inglaterra e França. É preciso sempre destacar que Benjamin Netanyahu e seu governo leva a cabo um genocídio, transmitido 24 horas por dia por canais de televisão das mídias tradicional e alternativa.
Como apontado por Greta Thumberg na ocasião de sua libertação do sequestro cometido contra os ativistas da Flotilha da Liberdade - dentre os quais estavam muitos brasileiros, como Thiago Ávila, que era um dos nossos convidados para o 5º Seminário -, o mundo já não pode mais dizer que não sabe o que está acontecendo com os palestinos, tamanha a brutalidade do genocídio em curso.
No dia 09 de outubro de 2025, a notícia de que foi aceito um cessar-fogo de Israel e com termos aceitos pelo Hamas, por mediação de Donald Trump, não pode ser considerada uma vitória ou o fim do genocídio, tendo em vista que nenhum regime colonial terminou por vias de imposição de termos impostos por uma nação imperialista, muito pelo contrário. A luta palestina precisa continuar até que sua existência não seja mais ameaçada por um Estado abertamente desumano e genocida.
Não há dúvidas de que um acordo firmado internacionalmente e que impede os bombardeios e os bloqueios como estavam impostos gera condições de alguma reorganização para o povo palestino. Entretanto, as atrocidades cometidas após a divulgação do cessar-fogo demonstram a debilidade de uma gestão geopolítica internacional, que já mostrava seus limites na inoperância da Organização das Nações Unidas (ONU), submetida aos interesses dos EUA, para impedir e punir os muitos crimes de guerra e desacatos aos acordos internacionais cometidos por Israel com suporte, no âmbito da própria ONU, dos EUA.
Dentre os muitos crimes contra a humanidade, se encontram os crimes de guerra contra a memória coletiva. Os ataques às mesquitas, igrejas e a outros templos religiosos visam apagar o patrimônio material do berço das três principais religiões monoteístas do planeta. É um absurdo que dos principais fenômenos sociais contemporâneos, como é o turismo, tenha seus espaços institucionais, suas experiências e sua publicidade direcionados para legitimar tais atrocidades.
A ONU, por meio da ONU Turismo, precisa apoiar o desinvestimento em práticas e em empreendimentos que se valham do penar palestino para existir. Materiais publicitários em feiras de turismo que apresentam o território palestino como uma zona cinzenta e despovoada, excursões para assistir comunidades serem bombardeadas, aluguel de hospedagens em territórios invadidos... Essas são algumas das expressões do absurdo turistificado! É preciso recordar que o presidente dos Estados Unidos, ao lado de Netanyahu, fala abertamente sobre transformar Gaza em um resort mediterrâneo, às custas do povo palestino, realidade já em curso, como prova o balneário de Dor, construído sobre covas coletivas em uma antiga e promissora vila agrícola palestina.
Apoiamos e nos somamos à causa palestina e denunciamos, no âmbito do turismo, empresas que apoiam o genocídio, diretamente através de apoio explícito às ações israelenses, ou indiretamente, mantendo negócios com esse Estado, como o Airbnb e Booking, que lucram com esse tipo de turismo genocida.
PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR!
VIVA O POVO PALESTINO!
Labor Movens - Brasília, 13/10/2025

